domingo, 31 de maio de 2009

A Luta é dura, mais dura é a razão que a sustem

Fomos de novo para a rua, sim senhor. A luta continua bem acesa em nós porque a mantê-la está a defesa da Escola Pública e dos seus valores.

Não concordamos com as políticas educativas do PS e dissemo-lo alto e bom som, em vésperas de eleições.

“Ministra, adeus e leva contigo os Directores”

“Esta avaliação, p´ra quê?”

“1,2,3, já cá estamos outra vez, 4,5,6, não queremos estas leis, 7,8,9, esta luta é que nos move”

“Se isto não mudar, nós havemos de voltar ”

Foram algumas das palavras de ordem que nos acompanharam desde o Marquês de Pombal até aos Restauradores.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Escola e Exclusão - o mais importante da sessão


A sala do IPJ acolheu gente que veio construir conhecimento, ao sábado, fora da escola, sobre a Escola, sobre a Democracia e sobre a Gente que queremos ser, e sobre a Gente em que os que agora são alunos se poderão transformar. Pusemo-nos a pensar, com a ajuda dos oradores convidados e da experiência de cada um.
Predominavam os profissionais da escola, de todos os níveis de ensino (docentes, mediadores, psicólogos), mas também pais/mães, investigadores. Como de costume, em cada qual até se acumulavam mais que uma destas condições...
Diogo Fazenda debateu conceitos (exclusão vs inclusão, prevenção vs acção e limites da intervenção; teoria vs práticas), alargando o conceito de exclusão a um sentido mais amplo, que não se restringe ao trabalho com alunos com necessidades educativas especiais, ou outros normalmente identificados como carentes de estratégias de inclusão. Sublinhou que é desejável trabalhar no contexto turma, com projectos diferenciados turma a turma, cultura de escola assumida e partilhada por todos, com condições para tal, e em que se considere que o essencial na escola são as potencialidades, as necessidades e as vozes dos alunos. Precisamos de nos irmos colocando em causa para aprendermos como profissionais e melhorar a intervenção.
Maria José Simas referiu a escola que se assume como condomínio fechado, e sobre a qual muitas vezes só temos acesso a discurso realizados a partir do exterior. Destacou a presença da exclusão na mentalidade dominante, que a todos nos rodeia e inclui, atravessando gerações. Propôs a escola que se assuma enquanto comunidade, centrada nas aprendizagens e a todos acolhendo e integrando.
Isabel Guerra identificou alguns paradoxos, a partir de conclusões de estudo sobre a incivilidade e a violência como os de Sebastien Roché, reforçando o papel crucial da construção identitária nos modos de aprender, que dependem do envolvimento de cada um. Sublinhou os efeitos da massificação do ensino em toda a escola, não sobre a ciência (que não é afectada) mas sobre os modos de aprender.
Cecília Honório apontou interrogações, identificando desafios: recentrar os discursos da escola e sobre a escola nos alunos, combater o consenso/aceitação da escola dualizada, afirmar o valor de diferentes tipos de saber na escola e na construção do conhecimento, concretizar políticas de língua que modifiquem as práticas nesta matéria, que são exclusivas. Sendo facto que a crise da escola é a crise da sociedade, haverá que abordar a territorialização das diferenças e a gestão das realidades pela escola, e nela, de forma a promover a igualdade no acesso DE TODA A GENTE não apenas à escola mas também ao conhecimento, às aprendizagens. Dividir as Escolas em duas categorias, as escolas de tomar conta e escolas de aprender não é resposta, e sobretudo não permite construir democracia que a si mesma se sustente no futuro. A Escola não faz milagres, mas uma das suas missões deve ser criar uma cultura e concretizar práticas de sucesso CONTRA a exclusão - para o que há que usar conhecimento e afectos, rigor e empenhamento.
O debate alargou-se e fluiu, a mostrar ao vivo a cultura da participação. Em tarde luminosa, sentimos que a claridade foi passando das palavras às ideias, dos olhares aos gestos. Saímos a pensar. Ainda estamos a pensar. Até à próxima!
Em rodapé, a bibliografia
Estudo sobre factores influentes nos comportamentos de incivilidade dos jovens: falta de supervisão parental, influência do bando, exclusão escolar precoce. Mais sobre o autor: (2009)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Listas provisórias de ordenação e exclusão

Consultar
www.dgrhe.min-edu.pt
ou
www.sipe.pt

Reclamação integrada - 5 dias úteis após a saída das listas.
Consultar Aviso nº 9730/2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009


Vem, vamos embora que esperar não é saber …

quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

domingo, 10 de maio de 2009

Para Pais & Educadores: Magalhães - Urgente Saber


Vários estudos demonstraram que a utilização de Computadores nas fases mais tenras da infância não só não trazem benefícios como comprometem em larga medida o desenvolvimento equilibrado e harmonioso das crianças. Não acrescentam nenhum benefício ao rendimento escolar dos alunos. Já existem vários estudos, com pelo menos 10 anos, que revelam isso. Seguem-se alguns excertos de um apanhado desses mesmos estudos.


“O que é que um colossal projecto industrial de montagem e exportação de minicomputadores tem a ver com a nossa atribulada educação infantil? Porque sobrecarregar professores com tarefas administrativas estranhas à profissão? Como é que servidores do Estado, colocados nas mais diversas posições, puderam transformar-se em verdadeiros agentes de vendas? Que autoridade humanística e pedagógica tem um consórcio industrial internacional para vir instruir os nossos pais e professores quanto ao tipo de ensino robotizado que se pretende implantar entre a nossa infância? Que negociatas gigantescas estarão em curso – sob a respeitosa máscara da "educação" – para realizar lucros de milhões com conexões de internet, manutenção e reparação de milhares de computadores, mais as vendas de softwares, impressoras, acessórios, etc.? Será justo acorrentar a próxima geração portuguesa ao potentado exclusivista do sistema operacional Microsoft? E será de admitir como legítima a invasão da esfera familiar e infantil pela publicidade magalhânica, que já começou a promover coisas como «Ganha um iPhone 3G» ou «Ganha um Nintendo DS Lite»?”

“…é constatar que se trata realmente de uma iniciativa perfeitamente caduca, esvaziada de fundamentos pedagógicos, e que há quase 10 anos já demonstrou resultados catastróficos na Europa e na América. O efeito dos minicomputadores para a deformação das personalidades infantis, bem como para o empobrecimento do contacto humano entre professores e alunos, é algo que já foi estudado em profundidade em inúmeras comunidades escolares e universidades em todo o mundo, revelando resultados assombrosos. “
“…não havia qualquer resultado que mostrasse um impacto positivo dos computadores sobre o rendimento escolar dos alunos.”
“…a exposição prematura de crianças a programas audiovisuais, computadores, vídeos, etc. só pode produzir o aparecimento de uma geração de crianças hiper-estimuladas e posteriormente deficitárias em termos de capacidade de concentração.”


E Se Passar Tudo Para as Autarquias?

Um Professor é afastado do seu cargo de Coordenador porque não esteve gente suficiente na inauguração de uma biblioteca escolar. Outro professor é suspenso porque o filho de um Autarca se magoou numa actividade escolar dinamizada por este. Coisa perfeitamente normal, acontece, e não teria tido quaisquer outras consequências se se tratasse do filho de um outro qualquer pai.

São episódios que permitem levantar um pouco o véu do que vai ser o futuro nas escolas quando o ensino estiver totalmente entregue aos Directores Escolares e aos Dirigentes Políticos. Quer Autarcas quer Ministério, com poder para admitir e demitir Directores ao seu bel-prazer e interesses pessoais ou políticos.

A Democracia está a escapar-se-nos por entre os dedos. Com uma agravante de que não é facto assumido explicitamente, como o era antes do 25 de Abril.

Cidadãos, professores e não professores, urge abrir os olhos e lutar contra este sistema que nos afasta cada vez mais de uma sociedade igualitária e justa.

Na rua, em manifestações, nas eleições, pois isso ainda não nos roubaram. Na denúncia de acontecimentos como estes. De outra qualquer forma aceitável.

A cantiga é uma arma, canta José Mário Branco…não resisti a deixar aqui os versos de uma outra, escrita á muito tempo. Infelizmente muito actual.

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
Tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
Levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
Ai rios do meu país
Minha pátria à flor das águas
Para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
Pede notícias e diz
Ao trevo de quatro folhas
Que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
Por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
Quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
Direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
Vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
Ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
Nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
Dos rios que vão pró mar
Como quem ama a viagem
Mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
Vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
Só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
Se notícias vou pedindo
Nas mãos vazias do povo
Vi minha pátria florindo.
Manuel Alegre

sábado, 9 de maio de 2009

Escola e Exclusão

A escola inclusiva é uma aquisição da linguagem, que resulta de um consenso e tende à banalização. Sob a banalização, porém, é cada vez mais urgente perceber e saber:
- quem são os “incluídos” e os “excluídos”?

- que velhas e novas formas de exclusão perduram sob o silêncio do dado adquirido de que a escola pública não exclui?

Esquecidos, os “outros”, numa cultura escolar dominantemente orientada para um aluno-padrão.
E o que faz a escola com as crianças e jovens cujo contexto familiar e social diverge totalmente da linguagem escolar? Com aqueles que não encaixam nos modelos e estereótipos que a escola espera? Os que não têm livros nas prateleiras, mães escolarizadas e pais bem sucedidos; os que, cada vez mais, não têm de comer, não têm transporte, não têm livros. Ou aqueles/as que, oriundos/as de países de língua oficial portuguesa, ou filhos de pais daí oriundos, são penalizados/as pelo português que não é o padrão da cultura escolar…

E tantos outros/as sobre os quais a escola pública e democrática não só não pode esquecer como deve lembrar todos os dias para se poder reclamar destes atributos.

Com poderemos agir para contrariar esta situação? Para impedir que se percam todas estas crianças e jovens? Que formas teremos de encontrar para actuar sobre, de maneira a alterar este estado de coisas?

Esta forma de discriminação, a mais difícil de combater, não é óbvia e a resolução deste problema implica o seu reconhecimento e investimento em várias áreas. Implica a mobilização de recursos humanos e materiais e não apenas os presentes nas escolas. Porque não é só um problema escolar e sim da sociedade no geral.

Questões que poderão ser abordadas:

Ensino Profissionalizante (ex: CEF´s): oferta escolar alternativa ou oferta de refugo que reduz a igualdade de oportunidades?
Os mecanismos de apoio (acção social, por exemplo) e o papel da escola: a centralidade da resolução dos problemas está na escola ou na sociedade?
Os níveis de proficiência de língua e a relação com o sucesso; Multiculturalismo e multilinguismo?
Os/as profissionais da educação estão preparados para lidar com os/alunos que fogem ao padrão?
As escolas podem/devem seleccionar os/as alunos/as, nomeadamente criando turmas de nível?
Quais os custos da retenção? É ela uma solução?

Um Oceano de Plástico

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de um décimo deste total vai parar aos oceanos. Destes 80% vêm de terra firme.
No Oceano Pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havai e chega a meio caminho do Japão. Atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de rede, garrafas, tampas, bolas, bonecas, patos de borracha, ténis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas, enfim, tudo o que alguma vez foi feito com plástico. Segundo quem descobriu esta concentração de plásticos, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.


Movimentação do Vortex de plástico

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que estuda esta mancha há 15 anos, compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal que se movimenta livremente pelo Pacífico. E quando passa perto do continente, as praias ficam inundadas de objectos de plástico, de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por um aro de plástico


A bolha plástica actualmente concentra-se em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. São referenciadas como a bolha oriental e a bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela zona, no final dos anos 90, disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. “Como foi possível fazermos isso? Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo”.


Os Cientistas chamaram a atenção para o facto de que todas as peças plásticas manufacturadas, desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. Há ainda o problema das partículas resultanntes da decomposição destes plásticos. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem encontrar-se concentrações de polímeros seis vezes maiores do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.




Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar com toda a outra fauna que vive nestas áreas, como tartarugas marinhas, tubarões e centenas de espécies de peixes.





Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico.

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentra todo o tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará a ingerir altos índices de substâncias venenosas que irão ser introduzidas na cadeia alimentar dessas regiões. Através da pesca vai acabar por chegar ao Homem. Fecha-se assim um ciclo – o que fazemos à Terra vai acabar por retornar à nós, seres humanos. Ver essas coisas sempre servem para que repensemos os nossos valores e principalmente o nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.



Antes de Reciclar, reduza!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

No Parlamento é Assim...


Dia da Terra - 22 de Abril

A nossa escola comemorou este ano, de um modo bastante diferente, o Dia da Terra.
Foram cerca de 200 os participantes, entre alunos, professores, funcionários, pais e encarregados de educação que partiram por volta das nove e meia, da nossa escola, uns a pé, outros de bicicleta, rumo à Praça do Bocage.

Pelo caminho juntaram-se à comitiva de duas outras escolas de Setúbal, a D. João II e a Luísa Todi.

Quem foi de bicicleta teve a oportunidade de dar uma volta completa à Av. Luísa Todi.
O regresso fez-se com uma paragem no Parque do Bonfim, para, como disseram alguns, “cansar as bicicletas”.

Na Praça do Bocage foi feita uma instalação/surpresa com centenas de bicicletas erguidas no ar, durante um minuto.

Esta actividade teve o tema “SOS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS.

O modelo de transportes dominante à escala planetária, baseado nos combustíveis fósseis, é uma das principais fontes de emissão de gases com efeito de estufa e de outros poluentes com impacto muito negativo para o meio ambiente.

É urgente construir um novo modelo para a nossa sociedade, baseada em formas de transporte não poluentes, como as bicicletas, para pequenas deslocações.

A Cidade de Setúbal, à semelhança de outras tantas cidades do mundo, não foi pensada para a deslocação em bicicleta. Mas reúne excelentes condições para isso, principalmente na zona da baixa, onde a cidade é bastante plana. Vamos lutar para que sejam desenvolvidas ciclovias? Para que circular de bicicleta seja seguro?