domingo, 17 de abril de 2011

Olha para mim

Olha para mim, resiste,
Tímida chama, ténue mas efectiva.
Se amor é, paixão não se se existe,
Está tudo aberto, em expectativa.

 Tal como o bolbo da flor
Que recolhido no Inverno,
Cresce para dar verde e cor
Porque é glória, é ser eterno.

Um novo dia surge,
Despontado da primavera.
Uma esperança urge,
Após uma longa espera.

Vou viver o que não vivi,
Chuvas e ventos o impediram.
Esperanças e sonhos que escondi
E que agora, livres, fugiram.

Foram para o canto do rouxinol,
Para as coisas da luz e da brisa.
Pairam rodopiam e o sol,
Assim, docemente, as realiza.

Olha para mim, aproxima-te.
Vê que a sombra desapareceu
Pois amor é, vive-o, fascina-te,
O bolbo, ao gelo sobreviveu.