sexta-feira, 3 de setembro de 2021

NUTS vs autárquicas 2021

 

E heis-nos a viver nova rodada de eleições autárquicas. As NUTS será um prato para servir quente.

 Falando mais a sério, a população setubalense, certamente já ouviu ou irá ouvir muito falar disto por estes dias. Alguns saberão do que se trata outros talvez nem façam a mínima ideia.

Grande parte da população ativa deste conselho tem-se visto obrigada a deslocar-se todos os dias para fora do Concelho para ter emprego, com grande impacto económico, pessoal e ambiental. Às suas vidas tem vindo a ser roubado tempo útil, que gastam em deslocações, que poderia ser passado com as suas famílias e amigos ou a participar em atividades de lazer e relaxamento.

Grande parte disto deve-se à falta de emprego e empobrecimento da cidade que no panorama geral do país é, das grandes cidades, a que menos tem evoluído economicamente e a península de setúbal está mesmo a ficar para trás comparativamente a todas as restantes regiões do pais. Inclusive o interior.

Mas porque isso está a acontecer e o que isso tem a ver com as NUTS?

Para quem desejar saber mais deixo aqui este Link.

 https://www.pordata.pt/O+que+sao+NUTS

 O facto é que Setúbal está elencada na Zona Metropolitana de Lisboa, à parte a questão da sua própria identidade cultural e social, reduzida que foi a mera cidade de subúrbios, periferia de Lisboa, quando a sua realidade socio/económica é muito distinta.

 Tentando traduzir a situação em miúdos. A região de Lisboa, propriamente dita (norte do Tejo) é a mais rica do país, a margem sul a mais pobre. Quando se fazem estudos estatísticos os mesmos não evidenciam esse empobrecimento da região. E isso tem impacto quando se trata de distribuir subsídios vindos da Comunidade Europeia. Pode citar-se aqui como exemplo a Estratégia Europa 2020, um quadro de referência para as políticas europeias e nacionais, que tem como finalidade a promoção de maior coesão social e territorial, atingíveis com o crescimento económico e com mais empregos.

As zonas mais pobres recebem mais subsídios, mas as NUTS, tal como estão, não permitem identificar a Península de Setúbal como a mais elegível para esses subsídios. Os mesmos são atribuídos a Lisboa de acordo com o seu nível de desenvolvimento, ou seja, recebe menos, tratando-se de uma região rica.

E agora vamos à outra questão, o que é feito desse dinheiro? Pois, pouco chega a Setúbal. A região tem sido fortemente discriminada pelo poder central. Quando Mário Lino, na altura Ministro das Obras Públicas afirmou que “… a margem sul é um deserto…” isso evidenciou muito bem o que os sucessivos governantes pensam e continuam a pensar da região e das suas gentes e o descaso com que têm sido tratadas.  

Como reverter isso? Desvinculando a Margem Sul da NUT da Grande Lisboa e passando a ter a sua própria NUT e com uma autarquia mais proativa no que concerne a Projetos que permitam obter fundos europeus e que efetivamente promovam a empregabilidade, o combate á pobreza e a desigualdade social.  

 

 

Recomendação apresentada pelo Bloco de Esquerda e 
rejeitada por unanimidade CDU na Assembleia Municipal

 

Insetos Polinizadores

 A polinização é o nome que se dá ao processo de transporte do pólen das estruturas masculinas das flores para a parte feminina de uma flor da mesma espécie. Isto permite a formação de sementes, forma de reprodução das plantas com flor, do qual resultam descendentes, e é essencial para a manutenção das comunidades de plantas silvestres e agrícolas;

Pelo menos 80% das espécies cultivadas no mundo inteiro precisam de polinização para fazer a reprodução, sendo que também é responsável pela produção de cerca de 90% das frutas, leguminosas e hortícolas que consumimos;

A polinização é feita por agentes polinizadores que são maioritariamente animais, principalmente insetos. As abelhas e as borboletas são os polinizadores mais amplamente conhecidos, no entanto, outros tipos de insetos também estão envolvidos neste processo, como escaravelhos, moscas, vespas, traças, etc.

Em Portugal existem mais de 1000 espécies de insetos polinizadores, entre abelhas, abelhões, vespas, moscas, borboletas, escaravelhos e formigas. Nas últimas décadas muitas destas espécies sofreram um decréscimo de cerca de 75%.

Se os insetos polinizadores desaparecerem, a maioria das plantas não conseguirá reproduzir-se o que conduzirá à sua extinção ou redução significativa do seu número, causando a destruição das cadeias alimentares num efeito de dominó.

A perda desta biodiversidade tem causas diversas: a urbanização e a fragmentação dos habitats, que reduzem a sua distribuição geográfica; a agricultura intensiva, que destrói os prados e recorre ao uso intensivo de pesticidas; as alterações climáticas, com a subida das temperaturas, o que confunde as plantas e causa a sua floração extemporânea, desfasada do ciclo de vida dos insetos, faz com que estes não tenham de que se alimentar, além de não estarem presentes na altura em que as plantas deles necessitam.

Também a destruição da flora natural das várias regiões, substituída por monoculturas ou plantas exóticas com períodos de floração desfasados dos ciclos de vida dos insetos nativos, leva a que estes não obtenham alimento na época adequada, acabando por morrer.

 Face ao exposto, a Assembleia Municipal de Setúbal, reunida em 28 de abril de 2021, delibera recomendar à Câmara Municipal que adote as seguintes medidas, de forma a ajudar a reverter a diminuição do número de insetos:

 1) Corte de relvados por seções, nos vários parques da cidade, dando oportunidade a que haja sempre uma parte da vegetação com plantas mais altas, o que dará tempo a que ocorra a floração;

 2) Instalação de estruturas de abrigo para insetos nos vários parques da cidade, principalmente aqueles que tendo árvores jovens, ainda não têm as cavidades naturais que se formam nas árvores mais antigas;

3) Construção de canteiros com plantas nativas, em floração durante todo o ano e adequadas aos insetos autóctones da nossa região;

 4) Seleção de árvores adequadas para plantar nos parques e ruas da cidade.