Em Portugal a política está nos
sítios errados. Está nas cunhas que servem para ganhar concursos, está nos
aderentes que arranjam emprego, não por mérito próprio, por competência e sim
porque escolheram o partido certo, na altura certa. Está nos projetos muitas
vezes úteis e bem-intencionados que não obtém subsídios porque se alinharam mal
na cor.
Não está na consciência cívica da
generalidade das pessoas, que prefere passar à margem das questões que vão
determinar em grande parte as suas vidas. E é por isso que quando não têm
emprego, não têm subsídios, apoios quando a vida dá para o torto. Quando vão
tendo um sistema de saúde que cada vez funciona pior, um ensino que se vai
degradando, não se revêm nas suas opções, no seu desinteresse em participar de
forma ativa na democracia do país.
E enquanto isso acontece, alguns
vão se servindo. E irão continuar a servir-se enquanto não arrumarmos a casa e
colocarmos a política no sítio certo.