Olha para mim, resiste,
Tímida chama, ténue mas efectiva.
Se amor é, paixão não se se existe,
Está tudo aberto, em expectativa.
Tal como o bolbo da flor
Que recolhido no Inverno,
Cresce para dar verde e cor
Porque é glória, é ser eterno.
Um novo dia surge,
Despontado da primavera.
Uma esperança urge,
Após uma longa espera.
Vou viver o que não vivi,
Chuvas e ventos o impediram.
Esperanças e sonhos que escondi
E que agora, livres, fugiram.
Foram para o canto do rouxinol,
Para as coisas da luz e da brisa.
Pairam rodopiam e o sol,
Assim, docemente, as realiza.
Olha para mim, aproxima-te.
Vê que a sombra desapareceu
Pois amor é, vive-o, fascina-te,
O bolbo, ao gelo sobreviveu.
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