domingo, 11 de maio de 2008

Sistema de avaliação: sim ou não?

As conjunturas económicas e sociais são determinantes na hora de decidir como se deve encarar a educação, esta que é tida como uma das peças-chave para o sucesso de qualquer país. No entanto, e apesar dos inúmeros esforços que se têm feito para minorar este mal generalizado, ainda ninguém conseguiu descobrir a fórmula para se alcançar o método de ensino perfeito. Se por um lado existem países a adoptar sistemas de avaliação contínuos dos professores, depois de estes já estarem formados – como vai começar a acontecer em Portugal e já se passa na Espanha, em França, no Reino Unido, na Áustria, entre outros –, por outro lado, há os que fazem uma pré-selecção rigorosa dos profissionais que estão, ou não, aptos a entrar para o ensino e apostam numa formação totalmente direccionada e especializada – como acontece na Finlândia e em alguns países asiáticos. Os resultados estão à vista… e, por incrível que pareça, quem leva a melhor são os países que têm um método mais liberal.
Enquanto os responsáveis pela educação dos países onde o sistema de avaliação está implementado consideram esta uma medida importante para o encorajamento e a evolução dos professores, a maioria dos docentes sentem-se constantemente ameaçados e pressionados. A existência de avaliações frequentes, quer por parte da escola – através da nomeação de inspectores – quer pela parte dos alunos e dos seus próprios pais, faz com que estes sintam a sua posição ser colocada em causa. A falta de apoio, de preparação e de condições são as principais falhas apontadas a este tipo de ensino que, segundo os professores, é propenso a gerar conflitos e a fomentar injustiças.
Um mito vindo do Norte
Por entre consensos e contra sensos, preferências e divergências, a opinião torna-se unânime quando se trata de nomear o mito da educação. Os métodos inovadores, criativos e eficazes utilizados na Finlândia fazem com que esta se destaque mundialmente, ao ponto de todos os países quererem seguir o seu exemplo. Não existem inspectores nem sistemas de avaliação, o que existe é uma exigente pré-selecção. Só os melhores conseguem chegar a professores. Só quem tem um mestrado e vocação para o ensino é que atinge tal patamar.
A igualdade de acesso a uma boa educação é, sem dúvida, o ponto-forte deste sistema de ensino. Todos os alunos, sem excepção, têm direito a material escolar – lápis e livros – bem como a uma refeição quente diária, a transporte escolar e a assistência médica. A entrada para o ensino é feita aos 7 anos e, desde essa altura, as crianças são obrigadas a utilizar e a despertar o seu espírito crítico e criativo. São habituados a viver longe da teoria e perto do que é prático. Vivem longe dos lobbies e dos formalismos, longe dos «senhores doutores» e bem perto do que é realmente importante… a realidade.por Rita Godinho - 06 Mar 2008 Visão

Sem comentários: