Muita tinta tem corrido nos últimos tempos sobre a questão do
cheque ensino. Uma armadilha que, como todas as armadilhas, tem sempre um
aliciante. A possibilidade de colocar os filhos num colégio privado e… está na
ordem do dia, poupar dinheiro ao estado. Pura mentira. Trata-se apenas e tão-somente
de desviar o dinheiro público para o privado. Coisa que já não é novidade
noutros setores da sociedade como a saúde, transportes, eletricidade, estradas,
em suma, setores chave da vida das populações.
Vamos então ao início da nossa estória. Era uma vez um
ministério que decidiu humilhar os professores do ensino público, procurando
virar a opinião pública conta eles. Tratava-se de evidenciar que o ensino privado
era melhor. Primeiro engodo da armadilha. No privado escolhem-se os alunos e os
que tem piores resultados são convidados a sair. Assim é fácil fabricar
sucesso.
Infelizmente, para esse ministério, alguma coisa correu mal.
As pessoas não tinham dinheiro para colocar os filhos em colégios privados.
Esses acontecimentos deram-se simultaneamente com a destruição da classe média
e nesses anos muitos pais viram-se obrigados a retirar os filhos do privado e a
colocá-los no público.
Então havia que arranjar outra forma de financiar os seus propósitos.
Eis que surgiu a ideia brilhante do cheque-ensino. O Ministério daria dinheiro
às pessoas e assim elas já podiam pagar os colégios privados. Brilhante…
Entretanto fazia parte do plano ir retirando cada vez mais apoio ao ensino
público, degradando cada vez mais as suas condições: fazendo a vida cada vez
mais difícil aos professores, reduzindo os seus recursos, aumentando o número
de alunos por turma.
Em que aspecto o cheque-ensino irá melhorar a qualidade de ensino das novas gerações?
Bom, na Suécia, onde já se começou a utilizar à dez anos o sucesso escolar tem vindo a caiu a pique, de acordo com o último relatório PISA, será que iremos cair
também, cegamente, na mesma armadilha?
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