segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Não é a escola, nem os professores que estão a ser menos exigentes com os alunos. O facilitismo é uma questão social

Os professores estão a ser pressionados pelos pais a dar positiva ou até notas mais altas. Chovem queixas ao ME, recursos, etc.

Chovem relatórios de psicólogos, encomendados pelos respetivos encarregados de educação, que confundem as medidas do decreto 54º com facilidades e não como medidas de suporte à aprendizagem...(medidas que podem ser adotadas para que os alunos aprendam, não para que não aprendam e possam passar de ano à mesma e sem esforço).

As nossas crianças estão cada vez mais infantilizados e incapazes de enfrentar qualquer coisa que não seja fácil quando aprender é enfrentar dificuldades e superar dificuldades. Costumo dizer-lhes que com o tempo as coisas não se tornam mais fáceis, eles é que tornam melhores, mas sem esforço, isso não acontece.

Alunos estrangeiros chegam e ficam muito admirados com a pouca exigência (postura, comportamento, hábitos de trabalho) que existe. Mas é muito difícil remar contra a maré, contra o que vem de casa.

No processo educativo existem três eixos, família, escola e aluno. A família deve dar a educação, a escola a formação mas as aprendizagens dependem dos alunos. 

Por fim, os professores são pressionados pelas direções das escolas para não dar negativas e uma vez que são avaliados internamente por este ou pelos respetivos coordenadores, ficam entre a espada e a parede. Muitos optam pela positiva mesmo sabendo que os alunos não atingiram as competências mínimas. Estão exaustos e foram vencidos pelo medo e pelo cansaço. 

 

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