quinta-feira, 24 de dezembro de 2009


De seguida... um poema que considero muito bonito. Não sei porquê mas associo-o ao Natal.
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria….
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa ainda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los! …

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Augusto Gil

sábado, 14 de novembro de 2009

Urge Clarificar


A ministra da Educação, Isabel Alçada, afirmou hoje, sábado, que os professores que não entregaram os elementos de avaliação não serão avaliados, acrescentando que "não se trata de uma questão de penalização".
Durante uma visita a uma escola secundária recuperada, nos Olivais, em Lisboa, a comunicação social perguntou à ministra da Educação se aceita a proposta de não penalização dos professores que não aderiram ao modelo de avaliação em vigor."Os professores que entregaram elementos para a avaliação serão todos avaliados. É essa a nossa perspectiva e é essa a indicação que clarificaremos com as escolas, com os sindicatos, com as organizações representativas", afirmou Isabel Alçada aos jornalistas.
Interrogada se os professores que não entregaram esses elementos serão penalizados, a ministra da Educação respondeu: "Não é uma questão de penalização. Quem não entregou os elementos para a avaliação naturalmente sabe que não pode ser avaliado. Não é uma questão de penalização, é uma questão de regra"."A lei é assim e, portanto, quem não se submeteu a um processo de avaliação, naturalmente, não será avaliado. É isto", acrescentou Isabel Alçada.
Por outro lado, questionada sobre a exequibilidade de se aprovar um novo modelo de avaliação e acabar com a divisão da carreira entre professores titulares e não titulares no prazo de 30 dias, como propõe o PSD, a ministra sublinhou que está em curso um processo negocial que não depende só de si.
"Este é um processo que exige vários parceiros, portanto, nós podemos comprometer-nos a trabalhar com celeridade no Ministério da Educação, depois a negociação com os parceiros será da forma natural como estas coisas sempre decorrem", afirmou.
In JN

Urge clarificar o que se entende por elementos de avaliação. É sobejamente sabido que muitos Professores não entregaram objectivos individuais. Se bem entendi alguma coisa do que foi a trapalhada legislativa do (des)Governo anterior, nas situações em que não foram definidos objectivos individuais, por parte dos Docentes estes deveriam ser fixados pelo respectivo Órgão de Gestão da sua escola.
Estou em crer que todos os Professores fizeram a sua auto-avaliação. Era obrigatória e tal estava claríssimo na Lei.
Chegou-me a informação que alguns Directores não querem avaliar os Professores que não entregaram OIs. Em que ficamos? Não podemos continuar a admitir que não haja uma uniformização de critérios a adoptar em todas as escolas. Que a dita autonomia das escolas sirva apenas para semear a confusão, a desigualdade e a injustiça. Coisas há que deviam ser assumidas claramente pelo Ministério da Educação para que situações como estas não ocorram. Porque não devem ocorrer num Estado de Direito. Porque não podem ocorrer numa verdadeira Democracia.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

Agora explique isto...

Kandinsky

Este ano houve mais negativas nas Provas de Aferição que no ano passado. Só a Língua Portuguesa do 4º ano é que houve um número inferior de níveis negativos.


Recordo agora os comentários da Sra Ministra da Educação, face aos resultados das provas de aferição do ano passado, onde se tinha registado melhorias significativas em relação ano anterior, 2007. Segundo esta, tinham havido melhorias nos resultados devido às medidas do seu Ministério.


Pois então, Sra. Ministra, justifique estes agora…

Para reflectir:

Mais de metade das escolas (56 por cento) acompanhadas pelo CCAP reportaram clima de perturbação e tensão provocado pelo processo de avaliação de desempenho docente, enquanto outras acrescentaram "um clima geral de medo", provocado pela tutela ou colegas.

Esta é uma das "implicações" do processo de avaliação no clima dos estabelecimentos de ensino, constante no relatório de acompanhamento e monitorização do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (CCAP), realizado através de visitas e estudos a 30 escolas.

Também metade das escolas aponta os conflitos internos, nomeadamente a "deterioração da relação entre colegas" ou a divisão entre avaliadores e avaliados, o que provocou situações de "animosidade". Em vários relatórios é apontada a indignação dos professores face às decisões da tutela e em metade é referido o "desgaste" provocado pelo processo.

Fonte: Lusa

Link para o quadro síntese comparativo dos resultados nacionais das Provas de Aferição dos anos 2008 e 2009.

domingo, 31 de maio de 2009

A Luta é dura, mais dura é a razão que a sustem

Fomos de novo para a rua, sim senhor. A luta continua bem acesa em nós porque a mantê-la está a defesa da Escola Pública e dos seus valores.

Não concordamos com as políticas educativas do PS e dissemo-lo alto e bom som, em vésperas de eleições.

“Ministra, adeus e leva contigo os Directores”

“Esta avaliação, p´ra quê?”

“1,2,3, já cá estamos outra vez, 4,5,6, não queremos estas leis, 7,8,9, esta luta é que nos move”

“Se isto não mudar, nós havemos de voltar ”

Foram algumas das palavras de ordem que nos acompanharam desde o Marquês de Pombal até aos Restauradores.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Escola e Exclusão - o mais importante da sessão


A sala do IPJ acolheu gente que veio construir conhecimento, ao sábado, fora da escola, sobre a Escola, sobre a Democracia e sobre a Gente que queremos ser, e sobre a Gente em que os que agora são alunos se poderão transformar. Pusemo-nos a pensar, com a ajuda dos oradores convidados e da experiência de cada um.
Predominavam os profissionais da escola, de todos os níveis de ensino (docentes, mediadores, psicólogos), mas também pais/mães, investigadores. Como de costume, em cada qual até se acumulavam mais que uma destas condições...
Diogo Fazenda debateu conceitos (exclusão vs inclusão, prevenção vs acção e limites da intervenção; teoria vs práticas), alargando o conceito de exclusão a um sentido mais amplo, que não se restringe ao trabalho com alunos com necessidades educativas especiais, ou outros normalmente identificados como carentes de estratégias de inclusão. Sublinhou que é desejável trabalhar no contexto turma, com projectos diferenciados turma a turma, cultura de escola assumida e partilhada por todos, com condições para tal, e em que se considere que o essencial na escola são as potencialidades, as necessidades e as vozes dos alunos. Precisamos de nos irmos colocando em causa para aprendermos como profissionais e melhorar a intervenção.
Maria José Simas referiu a escola que se assume como condomínio fechado, e sobre a qual muitas vezes só temos acesso a discurso realizados a partir do exterior. Destacou a presença da exclusão na mentalidade dominante, que a todos nos rodeia e inclui, atravessando gerações. Propôs a escola que se assuma enquanto comunidade, centrada nas aprendizagens e a todos acolhendo e integrando.
Isabel Guerra identificou alguns paradoxos, a partir de conclusões de estudo sobre a incivilidade e a violência como os de Sebastien Roché, reforçando o papel crucial da construção identitária nos modos de aprender, que dependem do envolvimento de cada um. Sublinhou os efeitos da massificação do ensino em toda a escola, não sobre a ciência (que não é afectada) mas sobre os modos de aprender.
Cecília Honório apontou interrogações, identificando desafios: recentrar os discursos da escola e sobre a escola nos alunos, combater o consenso/aceitação da escola dualizada, afirmar o valor de diferentes tipos de saber na escola e na construção do conhecimento, concretizar políticas de língua que modifiquem as práticas nesta matéria, que são exclusivas. Sendo facto que a crise da escola é a crise da sociedade, haverá que abordar a territorialização das diferenças e a gestão das realidades pela escola, e nela, de forma a promover a igualdade no acesso DE TODA A GENTE não apenas à escola mas também ao conhecimento, às aprendizagens. Dividir as Escolas em duas categorias, as escolas de tomar conta e escolas de aprender não é resposta, e sobretudo não permite construir democracia que a si mesma se sustente no futuro. A Escola não faz milagres, mas uma das suas missões deve ser criar uma cultura e concretizar práticas de sucesso CONTRA a exclusão - para o que há que usar conhecimento e afectos, rigor e empenhamento.
O debate alargou-se e fluiu, a mostrar ao vivo a cultura da participação. Em tarde luminosa, sentimos que a claridade foi passando das palavras às ideias, dos olhares aos gestos. Saímos a pensar. Ainda estamos a pensar. Até à próxima!
Em rodapé, a bibliografia
Estudo sobre factores influentes nos comportamentos de incivilidade dos jovens: falta de supervisão parental, influência do bando, exclusão escolar precoce. Mais sobre o autor: (2009)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Listas provisórias de ordenação e exclusão

Consultar
www.dgrhe.min-edu.pt
ou
www.sipe.pt

Reclamação integrada - 5 dias úteis após a saída das listas.
Consultar Aviso nº 9730/2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009


Vem, vamos embora que esperar não é saber …

quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

domingo, 10 de maio de 2009

Para Pais & Educadores: Magalhães - Urgente Saber


Vários estudos demonstraram que a utilização de Computadores nas fases mais tenras da infância não só não trazem benefícios como comprometem em larga medida o desenvolvimento equilibrado e harmonioso das crianças. Não acrescentam nenhum benefício ao rendimento escolar dos alunos. Já existem vários estudos, com pelo menos 10 anos, que revelam isso. Seguem-se alguns excertos de um apanhado desses mesmos estudos.


“O que é que um colossal projecto industrial de montagem e exportação de minicomputadores tem a ver com a nossa atribulada educação infantil? Porque sobrecarregar professores com tarefas administrativas estranhas à profissão? Como é que servidores do Estado, colocados nas mais diversas posições, puderam transformar-se em verdadeiros agentes de vendas? Que autoridade humanística e pedagógica tem um consórcio industrial internacional para vir instruir os nossos pais e professores quanto ao tipo de ensino robotizado que se pretende implantar entre a nossa infância? Que negociatas gigantescas estarão em curso – sob a respeitosa máscara da "educação" – para realizar lucros de milhões com conexões de internet, manutenção e reparação de milhares de computadores, mais as vendas de softwares, impressoras, acessórios, etc.? Será justo acorrentar a próxima geração portuguesa ao potentado exclusivista do sistema operacional Microsoft? E será de admitir como legítima a invasão da esfera familiar e infantil pela publicidade magalhânica, que já começou a promover coisas como «Ganha um iPhone 3G» ou «Ganha um Nintendo DS Lite»?”

“…é constatar que se trata realmente de uma iniciativa perfeitamente caduca, esvaziada de fundamentos pedagógicos, e que há quase 10 anos já demonstrou resultados catastróficos na Europa e na América. O efeito dos minicomputadores para a deformação das personalidades infantis, bem como para o empobrecimento do contacto humano entre professores e alunos, é algo que já foi estudado em profundidade em inúmeras comunidades escolares e universidades em todo o mundo, revelando resultados assombrosos. “
“…não havia qualquer resultado que mostrasse um impacto positivo dos computadores sobre o rendimento escolar dos alunos.”
“…a exposição prematura de crianças a programas audiovisuais, computadores, vídeos, etc. só pode produzir o aparecimento de uma geração de crianças hiper-estimuladas e posteriormente deficitárias em termos de capacidade de concentração.”


E Se Passar Tudo Para as Autarquias?

Um Professor é afastado do seu cargo de Coordenador porque não esteve gente suficiente na inauguração de uma biblioteca escolar. Outro professor é suspenso porque o filho de um Autarca se magoou numa actividade escolar dinamizada por este. Coisa perfeitamente normal, acontece, e não teria tido quaisquer outras consequências se se tratasse do filho de um outro qualquer pai.

São episódios que permitem levantar um pouco o véu do que vai ser o futuro nas escolas quando o ensino estiver totalmente entregue aos Directores Escolares e aos Dirigentes Políticos. Quer Autarcas quer Ministério, com poder para admitir e demitir Directores ao seu bel-prazer e interesses pessoais ou políticos.

A Democracia está a escapar-se-nos por entre os dedos. Com uma agravante de que não é facto assumido explicitamente, como o era antes do 25 de Abril.

Cidadãos, professores e não professores, urge abrir os olhos e lutar contra este sistema que nos afasta cada vez mais de uma sociedade igualitária e justa.

Na rua, em manifestações, nas eleições, pois isso ainda não nos roubaram. Na denúncia de acontecimentos como estes. De outra qualquer forma aceitável.

A cantiga é uma arma, canta José Mário Branco…não resisti a deixar aqui os versos de uma outra, escrita á muito tempo. Infelizmente muito actual.

Trova do vento que passa

Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
Tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
Levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
Ai rios do meu país
Minha pátria à flor das águas
Para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
Pede notícias e diz
Ao trevo de quatro folhas
Que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
Por que vai de olhos no chão.
Silêncio - é tudo o que tem
Quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
Direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
Vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
Ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
Nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
Dos rios que vão pró mar
Como quem ama a viagem
Mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
Vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
Só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
Se notícias vou pedindo
Nas mãos vazias do povo
Vi minha pátria florindo.
Manuel Alegre

sábado, 9 de maio de 2009

Escola e Exclusão

A escola inclusiva é uma aquisição da linguagem, que resulta de um consenso e tende à banalização. Sob a banalização, porém, é cada vez mais urgente perceber e saber:
- quem são os “incluídos” e os “excluídos”?

- que velhas e novas formas de exclusão perduram sob o silêncio do dado adquirido de que a escola pública não exclui?

Esquecidos, os “outros”, numa cultura escolar dominantemente orientada para um aluno-padrão.
E o que faz a escola com as crianças e jovens cujo contexto familiar e social diverge totalmente da linguagem escolar? Com aqueles que não encaixam nos modelos e estereótipos que a escola espera? Os que não têm livros nas prateleiras, mães escolarizadas e pais bem sucedidos; os que, cada vez mais, não têm de comer, não têm transporte, não têm livros. Ou aqueles/as que, oriundos/as de países de língua oficial portuguesa, ou filhos de pais daí oriundos, são penalizados/as pelo português que não é o padrão da cultura escolar…

E tantos outros/as sobre os quais a escola pública e democrática não só não pode esquecer como deve lembrar todos os dias para se poder reclamar destes atributos.

Com poderemos agir para contrariar esta situação? Para impedir que se percam todas estas crianças e jovens? Que formas teremos de encontrar para actuar sobre, de maneira a alterar este estado de coisas?

Esta forma de discriminação, a mais difícil de combater, não é óbvia e a resolução deste problema implica o seu reconhecimento e investimento em várias áreas. Implica a mobilização de recursos humanos e materiais e não apenas os presentes nas escolas. Porque não é só um problema escolar e sim da sociedade no geral.

Questões que poderão ser abordadas:

Ensino Profissionalizante (ex: CEF´s): oferta escolar alternativa ou oferta de refugo que reduz a igualdade de oportunidades?
Os mecanismos de apoio (acção social, por exemplo) e o papel da escola: a centralidade da resolução dos problemas está na escola ou na sociedade?
Os níveis de proficiência de língua e a relação com o sucesso; Multiculturalismo e multilinguismo?
Os/as profissionais da educação estão preparados para lidar com os/alunos que fogem ao padrão?
As escolas podem/devem seleccionar os/as alunos/as, nomeadamente criando turmas de nível?
Quais os custos da retenção? É ela uma solução?

Um Oceano de Plástico

Durabilidade, estabilidade e resistência a desintegração. As propriedades que fazem do plástico um dos produtos com maiores aplicações e utilidades ao consumidor final, também o tornam um dos maiores vilões ambientais. São produzidos anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de plástico e cerca de um décimo deste total vai parar aos oceanos. Destes 80% vêm de terra firme.
No Oceano Pacífico há uma enorme camada flutuante de plástico, que já é considerada a maior concentração de lixo do mundo, com cerca de 1000 km de extensão, vai da costa da Califórnia, atravessa o Havai e chega a meio caminho do Japão. Atinge uma profundidade de mais ou menos 10 metros. Acredita-se que haja neste vórtex de lixo cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos. Pedaços de rede, garrafas, tampas, bolas, bonecas, patos de borracha, ténis, isqueiros, sacolas plásticas, caiaques, malas, enfim, tudo o que alguma vez foi feito com plástico. Segundo quem descobriu esta concentração de plásticos, a mancha de lixo, ou sopa plástica tem quase duas vezes o tamanho dos Estados Unidos.


Movimentação do Vortex de plástico

O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que estuda esta mancha há 15 anos, compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal que se movimenta livremente pelo Pacífico. E quando passa perto do continente, as praias ficam inundadas de objectos de plástico, de ponta a ponta.


Tartaruga deformada por um aro de plástico


A bolha plástica actualmente concentra-se em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. São referenciadas como a bolha oriental e a bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela zona, no final dos anos 90, disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. “Como foi possível fazermos isso? Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo”.


Os Cientistas chamaram a atenção para o facto de que todas as peças plásticas manufacturadas, desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. Há ainda o problema das partículas resultanntes da decomposição destes plásticos. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do oceano pacifico podem encontrar-se concentrações de polímeros seis vezes maiores do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha.




Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave


Segundo PNUMA, o programa das Nações Unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar com toda a outra fauna que vive nestas áreas, como tartarugas marinhas, tubarões e centenas de espécies de peixes.





Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico.

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentra todo o tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará a ingerir altos índices de substâncias venenosas que irão ser introduzidas na cadeia alimentar dessas regiões. Através da pesca vai acabar por chegar ao Homem. Fecha-se assim um ciclo – o que fazemos à Terra vai acabar por retornar à nós, seres humanos. Ver essas coisas sempre servem para que repensemos os nossos valores e principalmente o nosso papel frente ao meio ambiente, ou o ambiente em que vivemos.



Antes de Reciclar, reduza!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

No Parlamento é Assim...


Dia da Terra - 22 de Abril

A nossa escola comemorou este ano, de um modo bastante diferente, o Dia da Terra.
Foram cerca de 200 os participantes, entre alunos, professores, funcionários, pais e encarregados de educação que partiram por volta das nove e meia, da nossa escola, uns a pé, outros de bicicleta, rumo à Praça do Bocage.

Pelo caminho juntaram-se à comitiva de duas outras escolas de Setúbal, a D. João II e a Luísa Todi.

Quem foi de bicicleta teve a oportunidade de dar uma volta completa à Av. Luísa Todi.
O regresso fez-se com uma paragem no Parque do Bonfim, para, como disseram alguns, “cansar as bicicletas”.

Na Praça do Bocage foi feita uma instalação/surpresa com centenas de bicicletas erguidas no ar, durante um minuto.

Esta actividade teve o tema “SOS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS.

O modelo de transportes dominante à escala planetária, baseado nos combustíveis fósseis, é uma das principais fontes de emissão de gases com efeito de estufa e de outros poluentes com impacto muito negativo para o meio ambiente.

É urgente construir um novo modelo para a nossa sociedade, baseada em formas de transporte não poluentes, como as bicicletas, para pequenas deslocações.

A Cidade de Setúbal, à semelhança de outras tantas cidades do mundo, não foi pensada para a deslocação em bicicleta. Mas reúne excelentes condições para isso, principalmente na zona da baixa, onde a cidade é bastante plana. Vamos lutar para que sejam desenvolvidas ciclovias? Para que circular de bicicleta seja seguro?

terça-feira, 7 de abril de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

Um Governo Especializado em Cosmética e Que Fala Magalhanês


Foram dez mil os professores que hoje, dia 7 de Março, deram as mãos para mostrar que a luta continua acesa e bem presente.

Tornou-se evidente, neste longo ano de lutas que o governo pouco ou nada cedeu, apenas fez que cedeu.

Tornou-se evidente que professores e ME falam línguas diferentes. Para uns, as recentes negociações foram uma “nova oportunidade à solução do conflito, abrindo uma nova porta ao diálogo e à negociação" para outros, os professores, representados pelas suas estruturas sindicais, o Governo "limitou-se a apresentar documentos contendo possibilidades e princípios gerais".

Tornou-se evidente que este des(Governo) alucinou completamente, como se poderá ver pela afirmação do Sr. Jorge Pedreira: "O objectivo que tinham de ligar o ministério da Educação à residência do Primeiro-Ministro não foi conseguido. Não houve cordão humano.”

Sr. Secretário, não vale a pena fechar os olhos que nós não nos vamos embora. Não desistimos de lutar por aquilo em que acreditamos. E se nada se fizer para alterar esta situação de caos e injustiça em que mergulharam o ensino público, se insistirem nestas políticas que não servem uma efectiva melhoria das condições das escolas e não é promotora de um verdadeiro sucesso educativo, da próxima vez, o cordão não terá apenas 10 mil professores. Ou já se esqueceu… 25 mil professores, 100 mil professores, 120 mil professores…

Segue-se uma frase retirada do Expresso

"O cordão humano hoje realizado em Lisboa, é de protesto por esta situação (...) mas ainda de preocupação face ao clima de instabilidade que continua a afectar nefastamente a organização e funcionamento das escolas, com tendência para se agravar, num momento que é o mais importante do ano lectivo: o seu final".

Onde se diz que o ME produz ficção - Comédia?

Não é verdade que tenhamos ido ao Parlamento colocar “algumas dúvidas”, fomos, pelo contrário, questionar algumas das “1600 respostas” dadas pela DGRHE…”

Excerto de uma carta elaborada pelo PCE da Escola Secundária de Felgueiras, Pedro Araújo, onde é feita uma síntese da reunião entre a delegação de Presidentes de Conselhos Executivos em luta com a Comissão Parlamentar de Educação da Assembleia da República, ocorrida no dia 4 de Março.

Hiperligação para todo o documento

sexta-feira, 6 de março de 2009

Uma pedrada no charco



Escolas problemáticas vão poder escolher professores

"Pela primeira vez, o Ministério da Educação vai permitir que alguns estabelecimentos de ensino seleccionem directamente os docentes para os seus quadros. "


Tal afirmação é pouco exacta. As escolas TEIP, pelo menos na altura em que passei por uma, tinham autonomia para fixar professores. Faziam-no quando o trabalho do professor e o seu perfil pessoal estavam de acordo com o Projecto Educativo da Escola, por comum acordo de ambas as partes. Contudo esse processo era claro e transparente. O Professor efectuava o seu concurso, sujeitando-se às suas regras de graduação e se ficasse colocado numa CAE ou estabelecimento de ensino, era reconduzido à escola TEIP que o tinha requisitado.

“Uma das dificuldades das escolas TEIP tem a ver com a estabilidade do corpo docente nestas escolas…”

Será que esta medida irá resolver o problema? Começa por criar um: Permite que professores, com uma graduação mais baixa obtenham colocação, podendo outros docentes com melhor posição nos concursos ficar por colocar, uma vez que não irá respeitar a hierarquia clara e transparente que existe na lista de graduação dos concursos.
Porque não resolve o problema da estabilidade do corpo docente nesses estabelecimentos de ensino?
Não vai impedir um professor de entrar nos concursos seguintes, a fim de obter colocação noutra escola ou agrupamento, sendo que nesse processo irá usufruir da vantagem auferida pelo tempo de serviço correspondente à sua passagem por essa escola TEIP, passagem essa decorrente de uma colocação feita à margem dos concursos nacionais.

Esta situação irá igualmente abrir portas ao favorecimento pessoal, já que os critérios de colocação de um professor, desta forma, serão sempre subjectivos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Um Olhar


Um olhar é como um beijo, quando terno,
Ou um punhal que fere e arde de rancor.
Se quente, aceso, noticia desejo,
Se dilatado, desperto, revela pavor.

Um olhar é como um beijo, quando terno,
Se pousa suavemente, num ensejo.
Aquece como a lareira de inverno,
Acaricia, agasalha, sem pejo.

Ou um punhal que fere e arde de rancor,
No ânimo daqueles que o ódio visitou.
Queima a alma, sem qualquer fulgor,
Daqueles que o tempo nunca amou.

Se quente, aceso, noticia desejo,
Chama contida, libertada enfim.
Sinónimo de sentido cortejo,
Reflexo de flor de jasmim.

Se dilatado, desperto, revela pavor.
Medos cobardes, medos, receios.
Vindos de um qualquer horror,

São sinal de temores verdadeiros.

Que fazer quando uma lâmpada se funde?


Sempre que se compra uma lâmpada, incluído no preço está uma taxa destinada a pagar o custo da sua reciclagem.
A loja onde foi comprada a lâmpada é obrigada, por lei, a aceitá-la de volta para a devolver ao fabricante. Este, por sua vez, tem o dever de a reciclar.

JÁ AGORA… em tua casa já utilizam lâmpadas economizadoras? Uma lâmpada economizadora, dependendo do modelo, pode poupar até 80% de electricidade. São mais caras que as outras mas:

- Duram 8 vezes mais que as outras. (é só multiplicar o preço das outras por oito);

- Tem de se mudar menos vezes as Lâmpadas;

- A factura da electricidade baixa; (Em Portugal, 20% da energia consumida nas nossas casas destina-se à iluminação. Quer dizer que se uma factura for, por exemplo de 40 euros, 8 euros correspondem a gastos com a electricidade necessária para a iluminação. Numa casa que substitua as lâmpadas incandescentes por economizadoras, isso significaria uma poupança de 6,40 Euros, nessa factura);

- Gastando menos energia contribuimos para melhorar o ambiente;

- As Lâmpadas economizadoras emitem menos dióxido de carbono. (Este gás contribui para o efeito de estufa e consequentemente para as alterações climáticas);

Só vantagens!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A insustentável leveza dos objectivos individuais


Dias depois da divulgação, em conferência de imprensa, do Parecer de Garcia Pereira, eis que chega nova “informação bem-intencionada do ME” às caixas de Correio Electrónico dos Professores, provinda da DGRHE, e sem a assinatura do seu autor, como sempre.

Segue-se uma parte dessa preciosidade:

1.Os objectivos individuais são um requisito obrigatório quer para a auto-avaliação quer para a avaliação a cargo do presidente do conselho executivo;

2.De acordo com o Artigo 16.º do Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, é por referência aos objectivos individuais previamente fixados e ao respectivo grau de cumprimentos, que o docente efectua a sua auto-avaliação;

3.Da mesma forma, os objectivos individuais são elemento obrigatório na avaliação da componente funcional do desempenho, uma vez que só a partir da aferição do seu nível de execução é possível avaliar o contributo de cada docente para o cumprimento dos objectivos fixados no projecto educativo e no plano de actividades da escola, de acordo com o estabelecido nos artigos 10.º e 18.º do Decreto-regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.

Indignações à parte pelo abuso praticado na minha caixa do correio, vamos a factos:

1º Um Decreto-regulamentar, (2/2008), não se pode sobrepor a um Decreto-lei, (ECD), o que significa que não pode acrescentar ou modificar nada do que consta nesse decreto-lei.

2º Em artigo nenhum do Estatuto da Carreira Docente é mencionada a definição de Objectivos Individuais. De facto tal termo nem consta no referido documento.
3º A auto-avaliação vem mencionada no ECD sem estar ligada a definição ou cumprimento de Objectivos Individuais, até porque, como já foi dito em cima, não aparece lá qualquer referência a eles.

4º No E-mail enviado pela DGRHE não é feita qualquer menção ao ECD. Será porque este não consubstancia as suas pretensões? Que acham?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

E no resto do Mundo?


Os Problemas que o ensino, em Portugal, atravessa não são muito diferentes dos que existem noutras partes da Europa. Ultimamente têm-nos chegado notícias que apontam para esse facto, de várias partes da Europa.

E na América Latina a realidade não é muito diferente da nossa. Em baixo encontra-se um texto que merece uma reflexão. Podiam estar a falar de Portugal.

Urge, de facto, repensar a escola, a sociedade que temos e o que efectivamente queremos que ambas sejam, para que se estabeleçam, não Objectivos Individuais mas colectivos – de todos nós, enquanto cidadãos. A realidade actual não é apenas um problema dos professores, transcende-os, transcende a escola. É um problema social.
Não podemos aceitar que o estado que nos governa continue a ver o ensino numa perspectiva mercantilista. Não podemos aceitar as consequências futuras destas políticas educativas. Comprometem o nosso futuro. Empenham o bem-estar comum.
A luta tem de continuar, não podemos baixar os braços. Lutemos contra a cegueira e egocentrismo ganancioso dos que nos tutelam. A consequência de o não fazermos pode ser uma nova “idade das trevas”.

Ensino de má qualidade e sem conexão com mercado desafia ibero-americanos

A baixa qualidade da educação e a desconexão entre o ensino e o mercado de trabalho são alguns dos principais desafios enfrentados pelos jovens da América Latina e do Caribe. Para eles, o desemprego é maioritariamente precário e informal. O quadro foi traçado em seminário preparatório à 18ª Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em El Salvador.
O relatório final do seminário frisa que a juventude, em média, tem mais anos de escolaridade que os adultos. No entanto, tem menos acesso ao emprego. A taxa de desemprego é de 19.9% da população activa de 15 a 24 anos, quase três vezes mais que a registada entre adultos. Outro dado impressiona: 18% dos jovens entre 15 e 19 anos não trabalham e não estudam. "Em uma situação de exclusão e falta de sentido de pertença, [os jovens] têm um maior risco de participar em condutas de risco e violência", conclui o relatório.

O seminário, que reuniu especialistas e representantes da sociedade civil e de governo dos 22 países latino-americanos e europeus de língua portuguesa e espanhola, também identificou a debilidade ou inexistência de espaços para participação que permitam aos jovens influir em políticas voltadas às suas necessidades.

"A participação dos jovens deve ser substancial nas políticas e propostas que decida-se impulsionar. Estas devem mostrar-se, desde o início, a partir dos interesses, experiências e ideias dos próprios jovens", recomenda o documento.

A violência contra os jovens e a participação dos jovens em actos de violência também fazem parte do cenário regional e desafiam líderes ibero-americanos, ao lado da necessidade de políticas de inclusão de jovens afro-descendentes, indígenas, minorias, jovens rurais, migrantes.
Embora proponha uma abordagem coordenada de tais questões, o relatório final do seminário frisa a necessidade de respeito à diversidade entre jovens dos diferentes países ou mesmo entre grupos da mesma região. "É preciso destacar que é impossível falar de uma só juventude, é necessário falar 'das juventudes', já que na Ibero-americana convivem colectivos de jovens muito heterogéneos, tanto por sua localização geográfica - rural ou urbana - como por sua situação socioeconómica ou por seu grau de inclusão na sociedade através do estudo, do emprego e da participação".

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Eu só sei que nada sei...


Não era bem nisto que o Filósofo Grego Sócrates pensava quando pronunciou a célebre frase.


Ministro das Finanças - Não sabe de nenhum banco em dificuldades.

Ministro da Economia - Não sabe que a Crise não passou.

Ministro das Obras Públicas - Não sabe que há vida para lá do Tejo.

Ministro dos Negócios Estrangeiros - Não sabe de nenhum vôo da CIA.

Ministro da Economia - Não sabe que a mão-de-obra chinesa é mais barata.

Ministra da Saúde - Não sabe o valor da dívida do seu Ministério.

Ministro da Cultura - Não sabe o que fazer com 0,4% do orçamento de Estado.

Ministro da Economia - Não sabe que 4 contentores sobrepostos tapam a vista do Tejo.

Ministro da Agricultura - Não sabe nada.

Ministra da Educação - Não sabe que todos não é igual a todos menos 120 mil.

Ministro do Trabalho e Segurança Social - Não sabe que 6 meses de período experimental origina mais precariedade que 3 meses.

Ministro do Ensino Superior - Não sabe como salvar as Universidades da bancarrota.

Ministro da Administração Interna - Não sabe o que a palavra "Insegurança" quer dizer.

Ministro da Defesa - Não sabe o que fazer aos helicópteros que comprou.Ministro dos Assuntos Parlamentares - Não sabe do que fala.Ministro da Presidência - Não sabe que não é o Sócrates.

Ministro da Justiça - Não sabe que ainda não é ele a salvação.
Governador do Banco de Portugal - Só sabe que ganha mais de 17.000€ e muitas regalias

Primeiro - Ministro - Em principio, sabe trabalhar com o computador Magalhães!!!!!!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Proposta saida da 2ª Sessão Plenária de Professores de Setúbal e Palmela




Apesar do frio intenso que se fez sentir ao longo do dia, várias vezes acompanhado de granizo, os professores não desmobilizaram: estiveram presentes cerca de 100 docentes no Ginásio da Escola Secundária Sebastião da Gama.
Nessa reunião foi aprovado um documento que contou com a unanimidade dos presentes.

Proposta aos professores de Setúbal e Palmela – 2ª Sessão Plenária

Considerando a necessidade de manter a pressão contra o projecto do governo/ME de provocar uma “ruptura” (palavra utilizada por Maria de Lurdes Rodrigues) na escola pública;
Considerando que tal “ruptura” significa, no actual contexto, criar dentro da escola pública uma divisão artificial e corrosiva entre turmas e professores de primeira categoria, e turmas e professores de segunda categoria, intensificando assim o caminho para a degradação do ensino público e o favorecimento do ensino privado;
Considerando que a partir de Fevereiro o governo e ME irão certamente explorar o facto de que uma parte dos professores não entregou o documento dos Objectivos Individuais e outra parte o fez;
Considerando que a nossa unidade se vem sempre reforçando em torno das questões essenciais, nomeadamente a recusa do ECD, o congelamento da carreira, a prova de ingresso, o injusto modelo de concursos, o “director/reitor”, como se comprovou ontem com mais uma greve histórica;

Foi decidido:

1. Saudar todos os colegas que têm resistido à chantagem, às ameaças e aos prazos, não entregando o documento dos objectivos individuais;
2. Encorajar também aqueles que, embora já os tenham entregue, desejem continuar a lutar pela dignificação do Ensino e da nossa profissão;
3. Intensificar as reuniões e tomadas de posição colectivas, escola a escola, nos próximos dias, até expirar o prazo estabelecido para a entrega dos Objectivos Individuais dando assim início ao Simplex 2 (Decreto Regulamentar 1-A/2009);
4. Apelar a que, onde ainda não terminou o prazo para a referida entrega, engrosse o número dos que se dispõem a juntar-se aos primeiros “resistentes”, no sentido de garantir que dezenas de milhares de professores apoiarão desta forma corajosa a nossa luta comum;
5. Apoiar todas as iniciativas locais e nacionais que visem reforçar o nosso combate, nomeadamente a Concentração de Professores de dia 24 de Janeiro, frente ao Palácio de Belém, organizada por Movimentos de Professores;
6. Propor a organização de uma concentração de apoio aos PCE, no dia 7 de Fevereiro, junto ao local do encontro;
7. Apoiar a realização de uma Marcha Nacional pela Educação de Qualidade, aberta a toda a sociedade, anunciada pelo porta-voz da Plataforma Sindical, ontem, dia da greve. Sugere-se que essa 3ª Marcha se realize num sábado de Março próximo, para consolidar a nossa unidade e solidariedade.
Setúbal, 20 de Janeiro de 2009

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Algumas questões e respostas


O que poderá acontecer caso o Professor recuse entregar os seus Objectivos Individuais?

Tese um - Versão DREN /Margarida Moreira
Dá as aulas normalmente.
Não será avaliado (não tem classificação);
Não conta o tempo de serviço;
Não progride;
Pode concorrer;
Não há medidas disciplinares;

Tese dois – Versão DGRHE
No que respeita aos objectivos individuais, prevalece a posição do avaliador. Isto é, o director/presidente do conselho executivo pode estabelecer os objectivos dos avaliados, tendo por referência o projecto educativo e o plano anual de actividades da escola.
O Professor será avaliado mesmo contra a sua vontade. (?!)

Seja como for, não há qualquer norma de onde se retire, de forma explícita, que a apresentação de objectivos individuais tem carácter obrigatório e que da sua não apresentação se infere uma recusa de ser avaliado(a), logo, não há lugar a qualquer sanção disciplinar. (Fonte FENPROF)

Segundo a DRELVT, reunida com os CEs, “… o ministério não irá nunca levantar nenhum processo disciplinar, nem suspensão, nem multa a quem não entregar os objectivos. Na pior das hipóteses, o período não avaliado não contará para a progressão na carreira e nem isso é certo.”


E quanto aos Professores contratados?
A consequência imediata prende-se com a renovação de contrato. Tal situação não se verificará este ano uma vez que todos os docentes contratados terão de ser opositores ao concurso que se realizará em Fevereiro, não havendo lugar a renovação de contratos em 2009.
NOTA: O processo de avaliação só estará concluído no final de 2009. Todos os procedimentos de colocação de professores ocorrerão antes desse prazo. (Fonte FENPROF)

Que consequências tem a não entrega de auto-avaliação no final do ano lectivo?
O Decreto Regulamentar 2/2008, de 10 de Janeiro, estabelece como dever do docente, no âmbito do processo de avaliação, a sua auto-avaliação (art.º 11.º) que é considerada obrigatória. O artigo 14.º, que define as diversas fases de avaliação, consagra a auto-avaliação como a primeira dessas fases. O não cumprimento deste dever poderá implicar processo disciplinar.


Quem não entregou Objectivos Individuais pode entregar a sua auto-avaliação?
Voltamos a salientar que não há qualquer norma de onde se retire, de forma explícita, que a apresentação de objectivos individuais tem carácter obrigatório e que da sua não apresentação se infere uma recusa de ser avaliado(a). Logo, um procedimento não implica o outro.


Deverão os professores entregar, individualmente, algum documento escrito recusando ser avaliados?
Não, porque os professores nunca recusaram ser avaliados, apenas assumem não querer ser avaliados por este modelo de avaliação.
NOTA: Os Professores devem resistir a este tipo de pressões por parte dos Órgão de Gestão das Escolas/Agrupamentos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Estamos ou não a ser avaliados, é a questão!


Afinal não há penalizações!


Nos últimos dias saiu um conjunto de documentos emanados das diferentes DREs e do Próprio Ministério, dirigidos aos conselhos executivos das escolas e agrupamentos, que confirmam aquilo que já suspeitávamos.
Todos os Professores irão ser avaliados, queiram ou não, por este modelo. O que interessa ao ME é chegar a Junho e poder dizer que houve avaliação. Já não é relevante a actuação dos docentes. Não faz nada para colaborar, não entrega objectivos não faz mal, o conselho executivo faz por si.
Incapazes de fazer com que uma parte significativa do corpo docente deste país se decidisse pela entrega dos objectivos, dando início ao seu processo de avaliação, a solução encontrada pelo ME não deixa de ser engenhosa. Mandatou os órgãos de gestão para a função de elaborar Objectivos Individuais sempre que estes não sejam produzidos pelo professor.
Fica o repto para os colegas que continuam receosos das consequências da não entrega de objectivos. Não há qualquer consequência, nem possivelmente a da não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão. Creio mesmo que neste momento o ME tem mais medo dessa consequência que a generalidade dos Professores.
Contudo, fazemos aqui um apelo para que a colaboração neste processo de avaliação continue a ser zero. Nada de pedir aulas assistidas ou outras coisas afins. Sejamos dignos e coerentes com tudo o que fizemos até aqui. E se o Ministério da (des) Educação entende que os Objectivos Individuais podem ser elaborados por terceiros, pela nossa parte entendemos que não têm o mesmo valor porque não são subscritos pelos professores. E termino felicitando todos os que não entregaram e não pretendem vir a entregar OIs.
Segue-se uma cópia da resposta da DGRHE a um Conselho Executivo de uma escola do Alentejo.

Ex.mo Senhor Presidente do Conselho Executivo
Em resposta à questão colocada na aplicação de perguntas e respostas sobre a avaliação de desempenho, informamos:
O prazo para entrega dos objectivos individuais deve estar definido no calendário aprovado pela escola. Nas situações em que esse prazo não seja cumprido, deverá o director/presidente do conselho executivo notificar o docente desse incumprimento, bem como das respectivas consequências, ou seja, o período sem avaliação, não será considerado para efeitos da evolução da carreira docente.
No entanto, uma vez que, quando existe falta de acordo, prevalece a posição do avaliador, poderá o director/presidente do conselho executivo fixar os objectivos ao avaliado, tendo por referência o projecto educativo e o plano anual de actividades da escola.Com os melhores cumprimentos
DGRHE

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Não Vamos Morrer na Praia

Vivemos momentos de alguma turbulência, muita coisa está a acontecer neste momento e muita coisa se vai decidir nos próximos tempos.Atravessámos ventos e tempestades e provámos, com a nossa união e espírito de luta, muito puder fazer. Vencemos muitas pequenas batalhas e eis-nos chegados à costa. Há que atravessar o revolto das vagas. Um novo desafio à nossa coragem e valentia. Se cedermos agora e aceitarmos o simplex 2, na forma de 1-A/2009 e 1-B/2009, que de resto vigora apenas para este ano, em breve teremos de volta o Decreto Regulamentar 2/2008, com todos os seus malefícios.As ameaças e intimidações de que estamos a ser alvo, por parte do Jorge Pedreira, fazem parte da agitação das ondas quando encontram terra. O mar moribundo a tentar o tudo por tudo para agarrar o que se lhe escapa.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Canto dos Pássaros


Para conhecer o som das aves que vivem ou passam por Portugal nos seus movimentos migratórios.

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